Livrai as livrarias

Livrai as livrarias

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Dúvidas para os leitores, dívidas para as editoras

Livros na janela – Photo by John-Mark Smith 

Fala-se muito de crise no mercado editorial. Os números indicam queda nas vendas de livros no ano passado. Grandes livrarias fecharam ou faliram (Saraiva e Cultura), deixando dívidas milionárias para as editoras e dúvidas para leitores e escritores.

Ter o hábito de ler é um privilégio de poucos, principalmente em tempos de leituras rápidas e pouco profundas proporcionadas pelas mídias sociais. Cidadão que não lê não é crítico, não luta por seus direitos e, portanto, traça o caminho da ignorância. A leitura aumenta a empatia.

Noutro dia conheci um escritor de poesias que disse que não gostava de ler. Embasbacado com o posicionamento assumidamente ignorante daquele homem, resolvi ter a mesma postura que ele: não comprei para ler as poesias do homem que não lia. O que um homem que não lê tem a dizer? Se ele não lê poesia, será que ele escreve poesia? Fiquei me questionando.

Todo escritor ou amante das letras deve comprar a briga pela leitura, seja doando um livro (ver matéria Alguém aí já esqueceu um livro?) ou comprando na livraria do bairro ou no sebo. Não tem sebo na sua cidade? Use os sites de marketplaces (Estante Virtual ou Mercado Livre, que aumentaram em 26% o faturamento nas vendas de livros no ano passado e, em número total de livros, tiveram 31,2%). Cadê a crise?

Aos defensores do poeta que não lia, não me venham dizer que Clarice Lispector lia pouco e que mesmo assim era uma grande escritora. Tenho certeza de que há exceções e defendo-a  argumentando que talvez ela não lesse um livro por semana, mas era uma grande leitora. Quando criança sofria por querer algum livro e quando o tinha em mãos “não era mais uma criança com um livro: era uma mulher com o seu amante” (trecho tirado do livro Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector ).

Há novas livrarias sendo abertas pelo país: Livraria Curitiba (ampliando a presença fora do Sul do país), Livraria Travessa (ampliando presença no Estado de São Paulo) e abrindo loja até em Lisboa. Pequenas livrarias são abertas até em ônibus, que é o caso da Rizoma Coletivo.

Em meio à “crise do mercado editorial”, o Magazine Luíza passará a vender livros em suas lojas, utilizará sua grande rede de distribuição para alcançar cidades que nem biblioteca tem (ver LIVROS FLUTUANTES).

Há crise para algumas apostas erradas de grandes livrarias que, na verdade, nem vendiam mais livros (o foco era DVDs, CDs, eletrônicos).

Vamos botar fé nos livros, que Deus Livro livrai as livrarias das dificuldades.

Sandro Muniz

Sobre o autor | Website

Escritor e observador da natureza (incluindo a humana). Autor do livro "Solo Raso", em breve lançará um novo romance - Xangai Xingu - e um satélite com contos de autores independentes.

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