Escrever é fazer uma horta, uma floresta – Como escrever um livro? – parte 02
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Escrever é fazer uma horta, uma floresta.
Você escolhe sementes de ideias, umas são belas, outras mixurucas, originadas de plantas que você gosta, mas que viveram secas e intempéries. As ideias fraquinhas podem ficar maiores e melhores se cuidadas e plantadas ao lado de outras. Aliás, sementes fracas podem gerar árvores gigantes. Não as abandone. Plante a pequena rúcula e a rúcula grande.
O segredo é a água, o sol, a terra.
Seus personagens devem ser protegidos de coelhos, jacus e galinhas. Eles sempre aparecem, sempre há um buraco na cerca da horta, a passagem secreta para dentro do castelo. Aí está a graça. O coelho ao comer o galho da caliandra a faz parecer real, não apenas uma criação de uma imaginação.
Saber dosar diálogos, descrições, cenas e personagens é uma arte e um ofício
Saber dosar diálogos, descrições, cenas e personagens é uma arte e um ofício. Tem gente que diz que não sabe cuidar de plantas, apenas cactos. Saber cuidar de cactos é saber cuidar de plantas. Todos sabem contar uma história. O cacto com muita água morre. As características naturais de cada ideia, cada personagem, cada semente, devem sempre ser respeitadas. Coloque-as no solo. Veja o que acontece. Tente.
Hoje coloquei os soldados alfaces nos campos cercados da horta do caminho do meio. O Mago Estrela Solar os protege.
ps, existem adubos e nutrientes especiais que podem ser usados em todos os textos.
Sandro Muniz
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